
Existe uma crise da palavra e nisto sua perda de poder criador de sentido para a realidade e a vida.
É a era das imagens e dos monólogos egocêntricos.
O terror é midiático: imagem.
O terror é monólogo: eloquência do ato não sujeito à réplica dos argumentos.
O mundo que desaprendeu a se reconhecer está criando condições insuportáveis para o convívio.
A primeira ministra britânica, Theresa May chamou do ataque de repugnante e disse que já houve tolerância demais à violência extremista. O autor do ataque à mesquita é um radical europeu motivado por ódio aos muçulmanos.
Significa, isto, que haverá uma reação de que tipo ao terror?
São justamente as políticas globais neoliberais o fermento da massa da violência. Esta razão não se cogita alterar. Não com a profundidade necessária para esvaziar a violência de motivos políticos.
A perda da palavra agrava a situação por não oferecer uma possibilidade de tradução para a crise ou uma solução contratada para ela. Perdendo-se a palavra, interrompe-se o diálogo.
Quando todas as falas estão ocas, o resultado é o vazio, o estranhamento e a consequente selvageria.
A palavra civiliza e se o ocidente, com sua modernidade forjada nos ideais da razão iluminista, perder o poder da palavra rumará para o caminho da justiça pela força, rendendo-se à interlocução da guerra, repetindo fases obscuras da história.
Leia aqui: BBC Brasil
Foto: EPA/ Facundo Arrizabalaga
Nenhum comentário:
Postar um comentário