sexta-feira, 12 de julho de 2019

Aposentadoria: uma medida marxista para deter o marxismo

Marx não acreditava no socialismo jurídico conservador e burguês.

A classe burguesa concede direitos ao trabalhador por meio de leis como forma de manter o sistema capitalista onde é a burguesia quem controla a economia e a política.

"Uma parte da burguesia pretende compensar injustiças sociais, para assegurar a continuidade da sociedade burguesa." Karl Marx, O manifesto comunista.

Acabar com a exploração do trabalho, para Marx, significa implantar o socialismo até atingir o comunismo pela única via efetiva: a revolução, ou seja, a inversão das forças.

"Os comunistas desdenham ocultar suas opiniões e metas. Abertamente, declaram que seus fins só podem ser atingidos pela derrubada violenta de todas as condições sociais existentes." O manifesto comunista.

Porque o trabalho é o fundamento da apropriação.
O resultado do trabalho é propriedade do trabalhador, do qual ele é expropriado no capitalismo.

Estar inconsciente desse direito é estar alienado.

O poder que muda a história é concreto, material e não ideal, por isso a revolução.

Pois, no contexto do avanço da Revolução Industrial e das revoltas operárias da Europa do século XIX, o sistema moderno de aposentadoria foi criado para esvaziar os movimentos sociais proletários.

Otto von Bismarck, enquanto chanceler, recomendou ao rei da Prússia e imperador Alemão, Guilherme I, que instituísse um sistema de pagamentos estatais às pessoas com idade acima de 70 anos.

Bismarck era conservador e oligarca.

Tomou a medida para proteger a nobreza e os empresários alemães.

Para deter o marxismo revolucionário, adotou juridicamente uma reivindicação marxista: deu direito de aposentadoria ao trabalhador.

Mas, a exploração segue longe de acabar.

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Leia:

Da Alemanha ao Chile: a história da aposentadoria em diferentes países


quinta-feira, 11 de julho de 2019

Uma chama de sensatez na escuridão do espetáculo


"A especialização das imagens do mundo acaba numa imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do não-vivo." Guy Debord, A sociedade do espetáculo.

A televisão é tecnologia do moderno espetáculo. O espetáculo está na lógica das sociedades modernas que tudo convertem em simulação, propaganda e mercadoria.

A primeira e maior vítima a ser lastimada é a verdade.

Pois, na narrativa televisiva, não está a realidade, mas um recorte que tende sempre ao desconexo, uma farsa em si mesma porque é representação e intencionalidade, nunca o fato em toda a sua dimensão e concretude.

O espetáculo televisivo, enquanto se vende, mente para si mesmo e para quem nele acredita e o consome.

Ao se despedir do jornalista Paulo Henrique Amorim, morto aos 77 anos, o também jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho o faz apresentando uma crítica contundente à mídia televisiva brasileira. 


O desaparecimento de Paulo Henrique Amorim é o apagar de uma chama de sensatez na escuridão do espetáculo bizarro servido à massa imbecilizada do país.


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Leia:

Paulo Henrique Amorim, a televisão brasileira e suas mortes

Felicidade tóxica