quinta-feira, 11 de julho de 2019

Uma chama de sensatez na escuridão do espetáculo


"A especialização das imagens do mundo acaba numa imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do não-vivo." Guy Debord, A sociedade do espetáculo.

A televisão é tecnologia do moderno espetáculo. O espetáculo está na lógica das sociedades modernas que tudo convertem em simulação, propaganda e mercadoria.

A primeira e maior vítima a ser lastimada é a verdade.

Pois, na narrativa televisiva, não está a realidade, mas um recorte que tende sempre ao desconexo, uma farsa em si mesma porque é representação e intencionalidade, nunca o fato em toda a sua dimensão e concretude.

O espetáculo televisivo, enquanto se vende, mente para si mesmo e para quem nele acredita e o consome.

Ao se despedir do jornalista Paulo Henrique Amorim, morto aos 77 anos, o também jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho o faz apresentando uma crítica contundente à mídia televisiva brasileira. 


O desaparecimento de Paulo Henrique Amorim é o apagar de uma chama de sensatez na escuridão do espetáculo bizarro servido à massa imbecilizada do país.


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Leia:

Paulo Henrique Amorim, a televisão brasileira e suas mortes

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