"A especialização das imagens do mundo acaba numa
imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo em
geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do
não-vivo." Guy Debord, A sociedade do espetáculo.
A televisão é tecnologia do moderno espetáculo. O espetáculo
está na lógica das sociedades modernas que tudo convertem em simulação,
propaganda e mercadoria.
A primeira e maior vítima a ser lastimada é a verdade.
Pois, na narrativa televisiva, não está a realidade, mas um
recorte que tende sempre ao desconexo, uma farsa em si mesma porque é
representação e intencionalidade, nunca o fato em toda a sua dimensão e
concretude.
O espetáculo televisivo, enquanto se vende, mente para si mesmo e para quem nele acredita e o consome.
Ao se despedir do jornalista Paulo Henrique Amorim, morto aos 77 anos, o também jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho o faz
apresentando uma crítica contundente à mídia televisiva brasileira.
O desaparecimento de
Paulo Henrique Amorim é o apagar de uma chama de sensatez na escuridão do
espetáculo bizarro servido à massa imbecilizada do país.
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Leia:
Paulo Henrique Amorim, a televisão brasileira e suas mortes
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