Imagem: History |
As reformas da previdência, o enxugamento da máquina pública, a reforma trabalhista, mudanças na educação e outras providências burocráticas inserem-se no conjunto dos planos das forças políticas que o presidente eleito representa.
Como ex-militar, Bolsonaro construiu uma imagem de austeridade, de transparência, de honestidade amparadas em virtudes de bravura e integridade. Como evangélico, o eleito apresenta-se como humilde servo da providência e anuncia-se como salvo da morte após o atentado de Juiz de Fora (MG) por milagre sugerindo ser o personagem histórico para o cumprimento de um destino manifesto da nação.
Ter um escândalo já com várias versões por suposta corrupção e desvio de dinheiro público envolvendo um integrante da família, eleito para o senado federal, vai testar a moral do futuro presidente e colocar sua figura de mito sob julgamento da opinião, em eventual avanço positivo do caso.
A contradição hoje tem o filho.
Poderá ter o pai.
A memória política brasileira pode buscar no fenômeno Jânio Quadros a ascensão e a derrocada de um político contraditório além do admissível para a prática política.
imagem: arquivo Estadão |
Ao se aproximar do bloco socialista e progressista, Jânio descontentou as forças conservadoras civis e militares.
Entrou em contradição e colidiu, também consigo mesmo.
Jânio, que havia assumido a presidência em 31 de janeiro de 1961, renunciou em 25 de agosto do mesmo ano e em seu lugar assumiu João Goulart sob suspeitas e após um turbulento período que quase chegou à guerra civil a partir do Movimento pela Legalidade comandado por Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul.
Era o início da crise que levaria à ditadura de 1964.
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Jânio Quadros